Muita Saúde!

Nos próximos dias, com a inauguração da Academia Life Fit, Euclides da Cunha vai ganhar um projeto inovador, promovido pelos Grupos Fazenda Reunidas Limeira e Mercadinho Paulista. Na próxima sexta-feira (30.05) e no sábado (31.05), alguns dos principais chefs do país se encontram no Le Cordon Bleu São Paulo, na Vila Madalena, para uma imersão gastronômica com propósito. Ubirajara Formiga, o carque que se divide entre Brasília e Jampa, reuniu, na morada da capital federal, um grupo de amigos, para homenagear outro craque: Marco Aurélio Costa, o MR. Piantella. Gérard Depardieu foi, esta terça-feira, condenado a uma pena de 18 meses de prisão. Amsterdam, Genebra, Glasgow, Londres e Paris: O Períplo de Anatalia e William Riley durante o mês de maio.

Saúde – Nos próximos dias, com a inauguração da Academia Life Fit, Euclides da Cunha vai ganhar um projeto inovador, promovido pelos Grupos Fazenda Reunidas Limeira e Mercadinho Paulista.

“Estamos empolgados em apresentar uma academia de ginástica de primeiro mundo, que tem como objetivo transformar o conceito de fitness e promover um novo estilo de vida focado no bem-estar. Nossa academia será um espaço inovador, projetado para oferecer experiências únicas aos nossos membros. Contaremos com equipamentos de última geração, garantindo que todos possam treinar com a melhor tecnologia disponível. Além disso, teremos ambientes confortáveis, onde os frequentadores poderão relaxar e socializar, criando um ambiente acolhedor e estimulante”. A firmação é de Gillon Dionisio, que aprece na foto com os sócios, Rubens, João Pedro e João Henrique Lima.

Segundo João Pedro Lima, “Os espaços diferenciados foram pensados para atender às diversas necessidades de nossos clientes, desde áreas específicas para musculação até salas de aula para atividades em grupo. Nosso compromisso é proporcionar uma experiência completa, que não apenas promova a saúde física, mas também o bem-estar mental e social. Estamos ansiosos para receber todos vocês e iniciar essa jornada rumo a um estilo de vida mais saudável e equilibrado. Fiquem atentos para mais detalhes sobre a inauguração e as atividades que estaremos oferecendo”, finaliza o empresário!

Delícias – Na próxima sexta-feira (30.05) e no sábado (31.05), alguns dos principais chefs do país se encontram no Le Cordon Bleu São Paulo, na Vila Madalena, para uma imersão gastronômica com propósito. A segunda edição do Festival Gastronômico TUCCA terá aulas práticas, degustações e um jantar beneficente cuja renda será integralmente revertida para o tratamento de crianças e adolescentes com câncer atendidos pela associação que atua em parceria com o Hospital Santa Marcelina. Estarão entre os participantes nomes como Paola Carosella, (foto) Felipe Bronze, Benny Novak, Lucas Corazza, Otávia Sommavilla, Antonio Maiolica, Julio Raw, Benê Souza, Cezar Copquel, além do mixologista Ale D’Agostino e o chef de sakes Toshi Akuta. Professores do próprio Le Cordon Bleu também comandam aulas, com uma programação distribuída simultaneamente entre as cozinhas da escola e o Culinary Village, espaço dedicado às experiências com drinks e harmonizações.

História – Ubirajara Formiga, o carque que se divide entre Brasília e Jampa, reuniu, na morada da capital federal, um grupo de amigos, para homenagear outro craque: Marco Aurélio Costa, o MR. Piantella, o homem que comandou por décadas, o melhor restaurante de Brasília, para muitos, o Quarto Poder. Marco, coleta memórias e importantes depoimentos da história contemporânea do Brasil, para livro que está sendo escrito por Fernando Moraes, um dos mais importantes biógrafos do país!

Pegador? – Gérard Depardieu foi, esta terça-feira, condenado a uma pena de 18 meses de prisão, informa a Sky News, por agredir sexualmente duas mulheres. As alegações remontam a 2021, época em que trabalharam juntos nas gravações do filme Les Volets Verts (Persianas verdes). As vítimas afirmaram estar com medo de falar aquando dos episódios. “Estava aterrorizada”, contou a cenógrafa Amelie, citada pelo mesmo canal de televisão britânico. Durante o julgamento, especificou ainda que o ator francês a apalpou em várias partes do corpo enquanto lhe prendia as pernas e fazia comentários sexuais explícitos. A defesa já indicou que o também cineasta de 76 anos vai recorrer da decisão. Depardieu não compareceu esta terça-feira na audiência, na qual também ficou decidido que verá o seu nome no registo de criminosos sexuais.

Novo périplo – Amsterdam, Genebra, Glasgow, Londres e Paris: O Períplo de Anatalia e William Riley durante o mês de maio. Os queridos amigos embarcaram em mais uma viagem inesquecível pela Europa. O roteiro repleto de cultura e história não só os levou a cidades icônicas, mas também proporcionou um encontro especial em Genebra, com a filha Kareen, uma executiva internacional.

Mesmo à distância, costumo viajar com amigos, por inúmeros lugares que visitei no passado. Os smartphones, nos proporcionam alegrias e lembranças especiais.

O casal, que dedicou anos de planejamento para aproveitar ao máximo a maturidade, tem sido um exemplo de como é possível explorar o mundo com entusiasmo e curiosidade. A cada nova cidade, a cada nova experiência, eles celebram a vida e a liberdade que conquistaram. Então, levantamos um brinde: Salute! Que Anatalia e William continuem a explorar o mundo, colecionando memórias e compartilhando momentos especiais com aqueles que amam.

                                                                                             

                                                                                                   Por Celso Mathias by/Agpress

 

Paradoxos


Ela fala, eu escuto. Não por algum impulso de empatia forçada, mas porque estou ali, à mesa de um café qualquer, com a xícara esfriando e o vapor subindo como um detalhe irrelevante. É sobre um homem. Sobre ele: essa categoria que só as mulheres conhecem. Ele pode ser um projeto de futuro. Ele representa o amor, mas na verdade ele não passa de uma equação mal resolvida. Ouço a história repleta de indiferenças. Para cada falha dele, ela cria uma justificativa. Em último caso, a culpa recai sobre uma suposta outra, que sequer existe, mas que deve existir, com certeza, para o fechamento da equação, para o equilíbrio das coisas, para que o déficit não consuma, de uma só vez, todo estoque de esperança.

Penso em Eugénie Grandet, que gastava seus dias esperando ser vista por ele. Não há poesia nisso, só um padrão repetitivo: a espera como armadilha. Minha amiga não vive no século XIX, mas poderia. Ela constrói castelos que desmoronariam sob o peso da lógica. “Ele vai mudar”, diz, como se o futuro dependesse do cumprimento de certas cláusulas de contrato que visam garantir sua felicidade. Eu não digo nada. Em vez disso, aponto o óbvio com um comentário cortante: “Esse cara? Ele acha que o mundo é um espelho dele mesmo.” Ela ri, um riso breve, que não disfarça o vazio nos olhos dela. Não é um vazio metafórico, é concreto: a ausência de algo que preencha o tempo vivido além da espera.

Olho para mim e penso no empenho que faço em não depender dessa tal esperança. Talvez porque pense e calcule. Talvez porque tenha medo de parecer patética. Vejo o óbvio, mas posso fingir que ele não existe, porque sei como conferir uma nova versão às coisas, ao mundo, à vida. Faço isso quando misturo farinha, açúcar e suco de laranja numa tigela. Ralo gengibre, misturo canela e o calor do forno perfuma a casa com um cheiro que não explica nada, mas que ocupa todos os espaços. E quando não há farinha, eu escrevo, em cadernos que ninguém lê, frases e histórias que nem sempre publico. Houve um tempo em que plantava sementes em vasos e os colocava na janela, para observar as folhas que cresciam sem alarde. Depois desisti, pois o vento espalhava a terra e as pobres plantas insistiam em morrer, quando eu me esquecia de regá-las. Ou quando eu não fazia nem isso por elas, e as via definhar, pensando que a vida também não acontece por si, a não ser até certo ponto. Tudo porque a morte está sempre presente, à espreita. Mas minha amiga não sabe nada disso. Nem quer saber. Refém do sonho, não cozinha, não escreve, não planta e apenas ele germina em sua vida.

Tento explicar. Penso nos scripts culturais que moldam o que ela reconhece como amor. Regras antigas, papéis de gênero que a Modernidade ainda não apagou, mas que fatalmente apagará, quando daqui partir o último boomer. Mulheres devem ser estratégicas, dizem os ecos de romances baratos e até novelas clássicas. Devem calcular, seduzir, nunca se expor. A sinceridade, nesses scripts, é um erro de amador. Ela parece acreditar nisso, mesmo sem dizer. Ama em segredo, como se admitir o sentimento fosse uma confissão de derrota. Eu não comento. Não porque não me importe, mas porque não sei o que dizer. Desiludi-la seria apontar o óbvio: o amado é uma miragem.

Mas por que eu apagaria a miragem do deserto dela? Para que ela acolhesse e assumisse a rejeição? Rejeição não é mera abstração. É conta que não fecha porque depende do amanhã. Contingente e imponderável, o amanhã não pertence nem a ela, nem a ele, nem a mim. E, além disso, o amanhã dos esperançosos não chega nunca, porque pode ser adiado indefinidamente. E ela “sabe” que só será amanhã quando ele chegar. Penso nas pílulas que prometem felicidade, nos filtros que escondem rugas e verdades. Ela não usa nada disso. Não foge do luto nem da renúncia. Não tem um rosto voltado para o mundo. Ela apenas espera.

O que faço? Escuto, porque é o que posso fazer. Zombo do amado, porque é fácil e porque ela ri. Não digo que a espera é uma escolha nem que escolhas podem ser mudadas. Não porque acredite em grandes viradas, mas porque sei criar futuros. E faço isso quando coloco um novo bolo no forno, quando vejo a tinta desenhar palavras nos meus cadernos. Terra no vaso é promessa cumprida à semente. E depois, histórias bem contadas desafiam o tempo, o destino e a morte.

Hoje ela vai esperar por ele mais uma vez, trocando a vida pelo sonho. E eu, contando essa história, só penso em você que, lendo isso, pensará que não faz sentido. Não importa. Eu só queria mesmo era lembrar você do sabor daquele bolo de laranja. Só não se esqueça do gengibre. Nem da canela. E coma depressa, enquanto seu café não esfria.

                                                                                                    Por Maristela Bleggi Tomasini

Shows da vida!

Sandra Soares marcou mais um ano de vida com uma celebração memorável, realizada na residência da família. Os queridos Anatália e William Riley embarcam na próxima terça-feira, para a primeira viagem internacional do ano. Gaga, apesar de tudo, o comportamento da estrela e dos seus fãs, tem sido um espetáculo deprimente em terras tupiniquins! Valéria e o executivo Luciano Rodrigues aproveitaram o feriado do Dia do Trabalhador para uma merecida pausa na rotina. O ouro tem vivenciado uma volatilidade intensa, impulsionada pelas incertezas da guerra comercial e pelas decisões imprevisíveis de Donald Trump. O engenheiro Valter Menezes de Oliveira que desbravou estradas por esse Brasil a fora, com sua VMO –Construtora, hoje, curte merecida “aposentadoria” em sua fazenda no Recôncavo baiano. São Paulo virou nesta quinta-feira 01/05, palco da maior retrospectiva já dedicada a Andy Warhol fora dos Estados Unidos.

Sandra com a filha Joane e o neto Bento

Celebrando a vida – Sandra Soares marcou mais um ano de vida com uma celebração memorável, realizada na residência da família, um espaço acolhedor e caloroso marcado pela discrição e elegância com que recebem seus amigos. A festa, repleta de alegria e afeto, refletiu a personalidade vibrante e o espírito agregador da aniversariante.

Ao lado da filha, Joane, e do genro, Gil Dionisio, Sandra Soares lidera com maestria o Grupo Empresarial Mercadinho Paulista. Com atuação diversificada e sólida, o grupo se destaca nos setores de comércio, agropecuária e saúde, demonstrando a visão estratégica e o talento empreendedor da família.

Na foto, além da filha Joane, o pequeno Bento, neto de Sandra, adicionou ainda mais encanto à celebração, aninhando-se carinhosamente no colo da avó. O gesto singelo simboliza a união e o amor que permeiam a família, valores que se estendem para além do âmbito pessoal e se refletem na gestão dos negócios. A celebração do aniversário de Sandra foi, portanto, uma homenagem não apenas à sua vida, mas também à força e à beleza dos laços familiares que a sustentam. Um brinde à Sandra, aos seus familiares e a todos os que compartilham dessa convivência tão especial!

Pé no jato – Os queridos Anatália e William Riley embarcam na próxima terça-feira, para a primeira viagem internacional do ano. Participam em Zurique de uma feira de máquinas e encontram a filha Karen, que reside na Austrália, mas estará na Suíça para compromissos profissionais. Antes de retornarem ao Brasil, esticam até a Escócia, terá de origem dos Riley. Bom Voyage!

Deprimente – Com sua voz poderosa, presença única e uma carreira marcada por reinvenções, Lady Gaga sobe ao palco em Copacabana neste sábado (03.05) para um megashow que promete parar o Rio de Janeiro. E enquanto os palcos se preparam para recebê-la, é impossível não lembrar de um dos aspectos

mais fascinantes de sua trajetória: suas colaborações musicais. Gaga sempre foi extremamente seletiva quando o 

assunto é dividir os vocais em uma faixa — e quando escolhe, costuma mirar alto: ídolos, lendas e artistas com quem compartilha uma profunda admiração. De duetos que marcaram o pop, como Telephone com Beyoncé, a encontros intergeracionais com nomes como Tony Bennett e Elton John, Gaga construiu uma lista de parcerias que fazem parte da história da música recente. Apesar de tudo, o comportamento da estrela e dos seus fãs, tem sido um espetáculo deprimente em terras tupiniquins!

 

É puro amor – Valéria e o executivo Luciano Rodrigues aproveitaram o feriado do Dia do Trabalhador para uma merecida pausa na rotina, dedicando tempo de qualidade à família. O destino escolhido para o descanso foi o Beto Carrero World, onde o pequeno Bernardo, o príncipe do casal, pôde se encantar com as atrações e a magia do parque. Entre montanhas-russas, shows temáticos e personagens encantadores, a família Rodrigues desfrutou de momentos inesquecíveis, fortalecendo os laços e celebrando o amor que os une. A alegria estampada nos rostos de Valéria, Luciano e Bernardo traduz a essência de um programa que é puro amor e diversão! Um feriado perfeito para recarregar as energias e criar memórias preciosas.

 

 

 

E o ouro? – O ouro tem vivenciado uma volatilidade intensa, impulsionada pelas incertezas da guerra comercial e pelas decisões imprevisíveis de Donald Trump. Essa dinâmica tem provocado uma verdadeira montanha-russa no preço do metal precioso, que tradicionalmente serve como um ativo de refúgio para investidores em tempos de instabilidade econômica ou política. Na última semana, o ouro chegou a atingir um valor recorde, alcançando a marca de 3.500,5 dólares por onça. No entanto, essa valorização foi acompanhada de fortes oscilações, refletindo a sensibilidade do mercado às notícias e eventos globais.

Longa vida – O engenheiro Valter Menezes de Oliveira que desbravou estradas por esse Brasil a fora, com sua VMO –Construtora, hoje, curte merecida “aposentadoria” em sua fazenda no Recôncavo baiano, onde produz diariamente, milhares de litros de leite. Ontem, ele reuniu a família no luxuoso Palácio Tangará – SP, para comemorar a entrada em nova década de vida. Parabéns amigo. Longa vida!

Imperdível – São Paulo virou nesta quinta-feira 01/05, palco da maior retrospectiva já dedicada a Andy Warhol fora dos Estados Unidos. Com mais de 600 obras originais, a megaexposição Andy Warhol: Pop Art! ocupa os 2 mil metros quadrados do Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB FAAP), onde segue em cartaz até 30 de junho.

                                                                                                        Por Celso Mathias

Mulheres e seus sapatos

 

Atualizando o formato gráfico de VB, excelente matéria sobre os grandes “sapateiros” do planeta:  Manolo Blahnik, Roger Vivier, Salvatore Ferragamo, Chirstian Louboutin Jimmy Choo. Designers que chegam a cobrar €15.000 por um “par de sapatos”. Conheça e avalie o fetiche que encanta e seduz mulheres de todos os quadrantes. “Senhor ladrão, pode levar a minha Fendi ‘baguette’, o meu anel e o meu relógio, mas, por favor, não leve os Blahnik!” De nada serviu a Carrie Bradshaw na série Sex and the city (foto) implorar.

A protagonista da série «Sex ad the city» voltou para casa descalça, sem o seu par de sapatos favorito: umas sandálias de tiras em seda cor-de-rosa que tinha comprado a com 50% de desconto em uma liquidação. Não que fizesse muita diferença: no «closet» tinha 27 mil euros investidos em calçado – pensando que os comprara a uma média de 450 euros o par, ficamos sabendo  que Carrie tinha 60 pares de sapatos de «designer» no armário. Imelda Marcos, antiga Primeira-Dama das Filipinas, admitiu possuir 1200 pares. O fascínio por sapatos parece não afetar apenas personagens de ficção em séries televisivas ou mulheres excêntricas do Sudoeste Asiático. Segundo a revista «Forbes», as mulheres americanas gastaram, em calçado de moda, entre Outubro de 2004 e Outubro de 2005, 17 mil milhões de dólares, «Os sapatos tornaram-se objetos de consumo desenfreado, mesmo por parte de mulheres que nunca tinham tido esse fetiche», explicou à «Forbes» Marshal Cohen, analista do grupo NPD, uma empresa americana de análise de consumo. «O vestuário já não é a prioridade nos guarda-roupas das mulheres: carteiras e sapatos tornaram-se itens de assinatura, usados para projetar gosto pessoal, riqueza e estilo», reforça. Em seda tecida à mão e ricamente bordada, em crocodilo macio, cobra rara, avestruz exótica… como dizem os americanos, «new shoes cure the blues» (sapatos novos curam a tristeza). Será? Bem, resultou com a Cinderella. Sem os seus sapatos de cristal, a heroína das histórias infantis não teria encontrado o seu príncipe e ainda estaria a carpir mágoas sentada à lareira. Onde estaria agora se, em vez do desconfortável cristal, os sapatos fossem Manolos, Jimmy Choos, Roger Vivier, Salvatore Ferragamo ou Christian Louboutin? Certamente feliz, divorciada do príncipe e vivendo em pecado com dois jovens de 18 anos. Porque não existe nada mais «sexy» do que as criações dos mais famosos «designers» de sapatos do mundo.

 

SALVATORE FERRAGAMO

Salvatore Ferragamo e Audrey Hepburn 1954 Mediapunch/Shutterstock

Este italiano «designer» de sapatos acreditava ser o arco do pé uma das partes mais importantes do corpo, por suportar todo o peso. Aplicou esta filosofia a cada par de sapatos que criou desde os anos 20, quando iniciou atividade, tendo rapidamente ficado conhecido como sapateiro das estrelas – calçou, entre outras, Eva Perón e Marilyn Monroe, Audrey Hepburn (com Salvatore na foto), Tinha apenas nove anos quando descobriu a vocação: fez o primeiro par para calçar a irmã para a cerimônia religiosa do crisma. Depois de 18 anos emigrado nos Estados Unidos, voltou à terra natal, Florença, e aí se estabeleceu. A ele – e à família que manteve a empresa e em 1995 inaugurou um museu que reúne mais de 10 mil modelos do «mestre» – se devem alguns dos sapatos mais originais de todos os tempos

 

CHRISTIAN LOUBOUTIN

Enquanto estagiário nos camarins das Folies Bergère – tinha 17 anos -, descobriu que o segredo da proporção e da postura estava nos sapatos. Bastava observar como se moviam as «showgirls» do cabaré mais famoso de Paris, carregando enormes ornamentos na cabeça. Desenhou sapatos para a Chanel e para a Yves Saint Laurent até 1992, ano em que abriu a sua própria casa. Entre as suas clientes contam-se Oprah Winfrey, Sarah Jessica Parker, Cameron Diaz e Katie Holmes. Hoje vende em 46 países e tem 14 butiques. Os sapatos de Louboutin reconhecem-se à distância: têm a sola encarnada. Com um preço médio de 600 euros, as criações mais ousadas de Louboutin incluem os «trash shoes», que incorporam bilhetes de metrô e recibos de café nos saltos.

 

 MANOLO BLAHNIK

Nos anos 90 já era conhecido por fazer saltos dolorosamente altos e cheios de estilo. Mas este espanhol das Canárias não seria o que é hoje sem o empurrão da série «Sex and the city». Sarah Jessica Parker, a «shoe addicted» Carrie, fez pelos sapatos de Blahnik o que Brooke Shields fez, nos anos 80, pelos «jeans» Calvin Klein. Quando a série arrancou, em 2004, Blahnik já tinha loja em Nova Iorque (inaugurada em 1980) e muitas devotas dos seus «sapatos limousine», nomeadamente Candace Bushnell, a autora do argumento de «sex and the city». Os preços dispararam, as vendas seguiram-se-lhes – até as de modelos mais caprichosos, como umas botas de crocodilo de 10 mil euros. Como não é mal-agradecido, em reconhecimento à atriz e às mulheres de Manhattan, Manolo criou o modelo «SJP»: um «stilletto» de apertar no tornozelo, disponível em vários materiais e cores.

 

ROGER VIVIER

Inventou o salto «stilletto» (usava uma tira fina de aço dentro do salto para suportar o peso do corpo) e desenhou os sapatos que Catherine Deneuve usou no mítico Belle de Jour. Nascido em 1913, o «designer» francês especializou-se em sapatos e durante uma década (1953 a 1963) criou os modelos de calçado elegantes para a Dior. Descrevia os seus sapatos, sempre ricamente decorados, como esculturas. Para os críticos eram os «Fabergés do calçado». Entre clientes habituais estavam Ava Gardner, Gloria Guiness e a Rainha Isabel II. Hoje, a marca é detida pela Tod’s e pela Hogan, e agora com Bruno Frissoni à frente do departamento criativo (Vivier morreu em 1998), o design permanece clássico e a distribuição restrita. Até 2003, para comprar, só marcando uma visita privada ao «showroom» da marca em Paris, no número 29 da rua do Faubourg de Saint-Honoré. Entretanto abriram loja no mesmo edifício, um espaço especial, mobilado ao estilo do século XVIII, com um Picasso na parede, onde as clientes podem tomar um Martini enquanto decidem o que levar. Os preços podem atingir os 15.000 euros.

 

JIMMY CHOO

Foi baseado na filosofia de que os sapatos e a carteira certos vingam mais do que roupa e jóias na construção de uma imagem que Jimmy Choo construiu uma carreira de sucesso. Malaio, nascido numa família de fabricantes de sapatos, Choo acabou por ir aprender inglês para Londres, onde conheceu Tamara Mellon, filha de um milionário e, à época, a relações-públicas mais famosa da capital britânica. Com o dinheiro do pai dela e o talento dele fizeram-se sócios e abriram a primeira loja, em 1997. Ele criou os sapatos, ela transformou-os numa marca global, preferida por Catherine Heigl, Victoria Beckham, Jenifer Garner ou Sarah Jessica Parker. Neste glamouroso universo dos sapatos acima de 500 euros, os espinhos vieram ao de cima e a parceria terminou em 2001, quando Choo vendeu a sua parte. Mas mantém o nome e Tamara continua a vendê-los nas lojas por todo o mundo.

                                                                                                by Celso Mathias/Agpress

 

 

Amores epistolares

 

Quem nunca suspirou ao saber de uma história de amor proibido? Bem, talvez você tenha até vivido uma dessas histórias. E quem sabe escreveu e recebeu cartas de amor, o que seria perfeitamente natural se você nasceu nos idos do século passado. Tais cartas, quando aparecem, podem ser alvo da curiosidade tanto histórica quanto meramente especulativa. Afinal, são retratos da intimidade alheia. Papel, envelope, selos e palavras. Costumavam ser belas as cartas de amor. Que tal então examinar mais de perto dois romances epistolares polêmicos, porém rigorosamente históricos? 

Creio que você já ouviu falar de Abelardo e Heloísa. Unidos pela paixão e pela tragédia no século XII, eles protagonizaram um dos casos de amor mais célebres de que se tem notícia. Sua correspondência, há séculos, vem suscitando o interesse não só de historiadores e de literatos, mas ainda do público em geral. Uma edição dessas cartas, publicada em 1865, nos fornece um resumo da história de Abelardo, aliás, Pierre Abélard, nascido em 1079 no burgo Le Pallet, Bretanha, perto de Nantes. Seu pai, senhor do burgo, em que pese ter feito a guerra, cultivava o espírito e desejou que seus filhos recebessem uma cuidadosa educação. Abelardo, em uma carta autobiográfica, nos conta que preferiu as armas da dialética aos troféus da guerra. Dominando o latim, o grego e o hebraico, tornou-se filósofo, poeta e orador, talentos que o levaram a Paris onde, tornado célebre, atraiu alunos inclusive do estrangeiro. 

Acontece que, entre os 37 e 38 anos, Abelardo conhece Heloísa, sobrinha do cônego Fulbert, que se fez sua aluna. Heloísa era muito jovem e ainda estava sob a tutela do tio, que desaprovou o envolvimento. Quando o relacionamento veio à tona, Fulbert ficou furioso. Abelardo tentou reparar a situação, casando-se com Heloísa em segredo, mas ela, por não querer que o casamento prejudicasse a reputação acadêmica de Abelardo, negou publicamente que eles fossem casados. Foi então que Fulbert se vingou de forma brutal: mandou que castrassem Abelardo enquanto ele dormia. Depois disso, Abelardo se retirou para um mosteiro e dedicou-se inteiramente à vida religiosa. Heloísa, por sua vez, também foi para um convento. Segundo o próprio Abelardo, Heloísa não era exatamente bonita, porém: “Ela não era a última em beleza, mas não se igualava a ninguém e tinha plena consciência disso. Tudo aquilo que pode seduzir os amantes se oferecia à minha imaginação.”

Apaixonada, Heloísa, em uma das cartas que escreve a Abelardo, demonstra ser capaz de um amor violento e ardente, e toma a Deus por testemunha: “Jamais, Deus o sabe, jamais busquei em você outra coisa além de você”. E, a propósito de seu papel na vida do amado, escreve: “Embora o nome de esposa pareça mais forte e mais santo, o de sua amante sempre foi mais doce ao meu coração; e mesmo, se você me permite dizê-lo, o de sua concubina, de sua mulher de prazer…” Abelardo, por sua vez, diz que o casamento santificara a união de ambos, especialmente com a retirada dela para o convento das religiosas, até onde ele fora “Um certo dia, visitando-a secretamente, e lá, na falta de outro lugar onde pudéssemos ser livres, foi no próprio refeitório que nos abandonamos aos desregramentos de nossa libertinagem.” Ele lamenta, porém, o episódio: “Você lembra, digo-lhe, daquilo que tivemos a impudência de fazer em um lugar tão respeitável e consagrado à Virgem? Não tivéssemos cometido outros pecados, e este, unicamente, seria digno da vingança mais estrondosa.” E chega a justificar o ferimento que sofreu: “Por certo, se não me engano grosseiramente, esta ferida tão salutar conta menos como castigo pelos meus erros do que a continuidade dos males que hoje suporto.” Como visto, uma tragédia e um amor ardente em pleno século XII.

A outra história, nem tão conhecida, não é menos interessante. É sobre Mariana de Alcoforado, que viveu de 1640 a 1723. Soror Mariana, aliás, porque era freira. No convento da Conceição da Beja, em Portugal, estando ela na varanda, quando contava 26 anos, viu o Cavaleiro de Chamily ― Noël Bouton de Chamilly ― e imediatamente se apaixonou por ele, então com 30 anos. 

Nada saberíamos dessa paixão, porém, não fosse um pequeno livro intitulado “Lettres portugaises”, de autoria desconhecida, que surgiu na França em 1669 e causou tamanha comoção entre seus leitores que, em 1690, apareceu uma segunda edição. Nesta segunda edição, aparece o tradutor das cartas, bem como o destinatário delas. A autora, porém, permanecia misteriosa, pois é simplesmente chamada de Mariana, assim permanecendo até 1810. Por volta desse ano, e por puro acaso ― sempre o acaso ―, foi descoberta uma nota manuscrita na edição original, na qual se lia o nome de Mariana de Alcoforado. Apesar disso, a existência real da autora das “Lettres portugaises” só foi documentada em 1888, com a retrotradução das cartas por Morgado de Mateus. Segundo ele, as cinco cartas teriam sido escritas por Mariana de Alcoforado, freira portuguesa, ao oficial francês, o que parecia esclarecer o mistério da autoria — embora a questão permaneça, até hoje, objeto de controvérsias. Não obstante a polêmica que envolve o caso, o que se tem de indiscutível nessas cartas é o arrebatamento amoroso que elas retratam: “Estou resolvida a adorar-te toda a minha vida, e não ver mais pessoa alguma […] Acaso poderias contentar-te com outra paixão menos ardente que a minha?”. E ainda: “Consumiste-me com as tuas assíduas perseveranças, inflamaste-me com os teus transportes, encantaste-me com as tuas finezas, asseguraste-me com os teus juramentos, a minha inclinação violenta seduziu-me, e as consequências destes começos tão agradáveis e tão venturosos não são mais do que lágrimas, gemidos, e uma funesta morte, sem que possa achar-lhe algum remédio!”

Mariana nasceu de uma família ilustre. Ela morreu com 83 anos, dos quais mais de sessenta foram passados no claustro, onde ninguém dela tinha queixas, dizendo-a muito benigna para com todos. Ao que consta, ela não se arrependeu de ter amado: “Agradeço-te, contudo, do fundo de meu coração, o desespero que me causas, e detesto a tranquilidade que vivi antes de conhecer-te” — escreveu ela. Difícil não imaginar o percurso dessas cartas que, indo da remetente ao destinatário, chegaram a um tradutor, circularam traduzidas e depois, graças a uma pista encontrada por acaso, foram mais uma vez publicadas no que seria sua versão portuguesa.

Cartas, enfim. Nunca se sabe o que o acaso pode fazer delas. Essas relíquias do íntimo puderam atravessar séculos e chegar até nós. Por vezes, são o retrato da vulnerabilidade humana; outras, são o risco de uma vida ou de uma reputação. Abelardo, vítima de uma vingança cruel e desnecessária. Mariana? O que terá feito o Cavaleiro de Chamilly de suas ardentes palavras para que elas acabassem publicadas, anos depois, e em francês? Sessenta anos passados no convento, e ela morreu sem saber que seu amor até hoje nos encanta.

Se essas paixões tão sentidas se fizeram ou se desfizeram, pouco importa. Porque as cartas nelas inspiradas não deixaram de seguir o seu caminho. Palavras que cruzaram as fronteiras da linguagem, das nações e do tempo, alheias à sua autoria. Ah, essas histórias não pertencem mais a quem as viveu. Penso que não. Porque nos apropriamos delas, à revelia de qualquer discrição. Esse nosso voyeurismo, contudo, é como um tributo pago à eternidade. Nada sei, porém, de você. Se escreveu cartas ou não. Contudo, se o fez, talvez algum dia elas venham à tona, por obra e graça do destino e da imponderável magia do acaso. 

                                                                                         Maristela Bleggi Tomasini

 

 

Poderosas!

Retornando de merecidas férias no Sul do país,  dia 4 de fevereiro, terça-feira, foi dia de festa-niver surpresa para Joane Soares Dionisio. A comemoração foi cuidadosamente organizada pelo marido, Gil, com a ajuda da sogra, Sandra, e das amigas Railda Abreu e Rebeca.

Entre os momentos registrados, destacamos a presença das meninas, começando pela pequena Giulia, a caçulinha da família, e Heloisa, a primogênita. Além da alegria contagiante, a festa contou com a presença de Bena, Rebeca, Verena, Sara, Marineide, Simone, Juliana com a filha Maria Eduarda, Paulinha, Virginia e Camila com a filha Isabele, que trouxeram ainda mais animação ao evento.

Foi um registro muito especial, marcado pela organização impecável e pelo serviço de jantar com música ao vivo. O evento foi complementado por vinhos selecionados, muito bom gosto e uma espontaneidade que fez a celebração ainda mais memorável.

 

Sim, presente também, Daniel, Cesar, Rubinho, Emerson, Batista, Marcos e esse colunista, todos, cuidadosamente excluído das fotos. Um dia para homenagear mulheres fortes!

                                                                                                             

                                                                                                      Celso Mathias

Celebration!

 

Janeiro é, para mim, um mês abençoado. No primeiro dia de 1926, minha querida mãe, Mariá, iniciou sua breve, mas significativa trajetória por aqui. Além dela, alguns dos meus grandes amigos também vieram ao mundo neste mês, prontos para percorrer uma longa jornada. No dia 15, meu amigo de mais de 50 anos, Sir Willian Riley, trouxe alegria a mamãe Audrey e papai Alfred, há 80 anos. Em 22 de 1990, foi a vez de Gillon Dionisio fazer sorrir mamãe Aldelice e papai Gilvan.

Para celebrar os bem vividos 80 anos de William, Anatália organizou uma grande festa repleta de carinho, reunindo familiares e amigos muito especiais. Entre os convidados estavam Sara e este colunista, que, por motivos justos, não puderam comparecer. O evento ocorreu no elegante Marina Barra Club, no Rio de Janeiro. Estiveram presentes, além do casal anfitrião, Anatália e William, vovó Teresa, sempre linda, a filha Danielle com o marido Sylvio, e os netos do aniversariante, Bernardo e Ana Clara, que residem na cidade. Vindos da Austrália, a filha Melissa e o genro Eduardo, assim como Kareen e o genro Nick, com os filhos Maya e Thomas, netos do aniversariante. Celebration!

 

Joane Gillon Dionisio reuniram em petit comité, à beira da piscina para comemorar os primeiros 35 dele. Foi uma noite de celebração da vida e da amizade, com uma pitada de empreendedorismo. Entre os presentes, o casal Rubens e Virgínia Lima, com os filhos João Henrique e a namorada Anna Beatriz Vieira, João Pedro e a namorada Isabela Vieira e o caçula da família, João Daniel. Os Lima, em sociedade com Gil e Joane, estão desenvolvendo um projeto de primeiro mundo, para uma academia de ginástica no Jeremias. Por lá também, Simone e Juliana, também sócias de Joane e do aniversariante, na Clínica Semeando.

Registramos também a presenças de: tio Batista, acompanhado da esposa Camilla e das filhas Bia e Isabele. Gilvan Jr., irmão do aniversariante, esteve lá com a esposa Rose e a filha, assim como a querida tia Aldeia e a eficiente Paulinha. Rebeca e Emerson trouxeram o filho Bernardo, enquanto Railda e Daniel Oliveira compareceram com os filhos Daniel Filho, Davi e Luna. As empresárias Sara Brito e Maria Teles e o nutricionista Gabriel Gdoc, também estiveram presentes. As matriarcas da família, sempre atentas e cuidadosas, Sandra Soares e Adelice Dionísio, faziam as honras da casa. Celebration!

                                                                                                           

                                                                                                         Celso Mathias

Roterdã: eu estive aqui

 

O país das maravilhas fica em Roterdã. Entre obras de Picasso a cada esquina, casas feitas de cubos enviesados e arquiteturas que desafiam a tradição, à mistura de gente que chegou dos quatro cantos do planeta. Quase o mundo inteiro numa única cidade. Há cidades assim! Uma pequena metrópole que perdeu a conta da idade, onde tão facilmente se descobrem velhas e sombrias casas que, três séculos antes, abrigaram os peregrinos antes de navegarem rumo ao Novo Mundo.

 

Entramos em um trem com hora e destinos marcados e, assim que trocamos a nervosa estação ferroviária pelas ruas desconhecidas, ganhamos a sensação de entrar numa máquina do tempo. Roterdã é assim. Uma pequena metrópole que perdeu a conta da idade, onde tão facilmente se descobrem velhas e sombrias casas que, três séculos antes, abrigaram os peregrinos antes de navegarem rumo ao Novo Mundo, como se esbarra em edifícios de arquitetura futurista capazes de desafiar a gravidade. Da mesma forma que se entra numa rua onde flutuam aromas de especiarias indianas e se sai com os ouvidos e o olhar inundados por ritmos nascidos na África. Um coquetel de surpresas e contrastes servido com requintes europeus. É exatamente este cenário sem fronteiras que Roterdã faz questão de apresentar como cartão-de-visita. E a imagem não podia fazer mais sentido. Afinal, aquela que apelidam de “a outra cidade da Holanda”, numa óbvia alternativa ao buliço de Amsterdã, refugia cerca de 125 nacionalidades em pouco mais de 600 mil habitantes. Uma realidade que ajuda a fazer dos tradicionais moinhos, tulipas, queijo e socas de madeira boas sugestões para brindes e postais ilustrados. Signo da água – Dona do maior porto do mundo, não é de estranhar que Roterdã viva sob o signo da água. Aliás, a própria origem do nome vem daí: “Rotte” (nome do rio que a atravessa) e “dam”(que significa dique, a proeza de engenharia com a qual os holandeses roubaram terra ao mar).

Mas não é pelos imponentes navios e cargueiros que todos os dias atravessam o famoso canal de Nieuwe que ela é mais conhecida. Grande parte da sedução desta cidade holandesa mora na arquitetura moderna e abstrata, de traços alheios aos padrões mais convencionais, que a tornam um verdadeiro ateliê vivo e em grande estilo. O coração da cidade, arrasado em maio de 1940 pelos bombardeios das tropas de Hitler, acabou por se transformar no terreno de ensaio de arquitetos, engenheiros e artistas cotados entre os melhores do mundo, caso de Jahn, Foster, Quist, Klunder, Maaskant e muitos outros. Totalmente reconstruído, o centro de Roterdã apresenta hoje marcas bem vivas de espírito criativo, sobretudo nos últimos 20 anos. A começar pelas fantásticas Casas Cúbicas (Cubes Houses), desenhadas por Piet Blom, que mais parecem um delírio arquitetônico digno de uma Alice no País das Maravilhas. Surpreendentemente, ainda nenhum dos seus inquilinos revelou sinais de loucura, pelo que uma olhadinha na única casa disponível para visitas é recomendável, sem perigo de contra-indicações. Logo atrás, a torre que batizaram de O Lápis (The Pencil) é só mais uma prova de que a ironia também se materializa no concreto. Não muito longe, a discreta entrada para a estação subterrânea de trens de Blaak ganha dimensão com uma escultura de aço e vidro que se ergue no ar como uma concha.

Surpresas-E dar de cara com esculturas moldadas pelo gênio de Picasso, de Kooning, Gabo, Zadkine ou Rodin é um imprevisto que pode ocorrer ao dobrar a esquina. Maravilhas da arte e da arquitetura moderna que se repetem ao longo da pacata cidade, em obras tão insuspeitas como as sedes da Nationale Nederlanden, o edifício mais alto de Roterdã, e da Unilever ou o quartel-general da KPN Telecom, que fica próximo de um dos últimos orgulhos dos seus habitantes: a ponte de Eramus. Uma obra em homenagem a um dos fundadores do Humanismo e, provavelmente, o cidadão mais famoso da cidade. O mesmo que agora empresta seu nome a uma das estruturas mais marcantes da paisagem de Roterdã, juntamente com o Euromast, uma torre de 100 metros construída como símbolo de uma cidade dinâmica. Em constante mutação. Parte pré-histórica – O mesmo já não poderá se dizer de Delfshaven, a bucólica zona velha da cidade, em tempos o porto de Delft. Sobrevivente ao tempo e aos ataques da Segunda Guerra Mundial, a parte histórica de Roterdã mantém-se fiel à época dos peregrinos que, no século XVII, abalaram a descoberta da América. Hoje as casas aconchegam discretos antiquários, alfarrabistas e restaurantes, com vista para um velho canal que ainda mantém suspensa uma ponte de madeira. Mesmo curto, o passeio vale a pena. Nem que seja para conhecer o moinho que ainda hoje mói os cereais usados na cerveja artesanal, com o qual fabricam também velas, manteiga, mostarda e xarope. Além da antiga destilaria de gim holandês, sobram ainda vestígios da memória de Piet Heyn, um verdadeiro herói desde o dia em que se lançou ao mar desconhecido e acabou capturado pela Armada Espanhola, em 1628.

 

Dois dedos de prosa-Histórias que se podem revisitar no museu local de Dubbelde Palmboom. Museus, aliás, é o que não falta em Roterdã, desde os típicos herdeiros da história até aos que exibem feitos mais recentes. A maioria concentra-se em pequenos edifícios e quarteirões ao redor de Museum Park, como o de Boijmans Van Beuningen, onde obras assinadas de Bosch, Bruegel, Rubens, Rembrant, Degas ou Monet convivem com as de Dalí e Van Gogh. Ou o Chabotmuseum, que aloja quadros e esculturas do pintor holandês Hendrik Chabot. Ou mesmo o famoso Kunsthal Rotterdam que, sem uma exposição permanente, marca a vida cultural da cidade com constantes iniciativas.

Tudo isso sem esquecer o imperdível Prins Hendrik Maritime Museum, para quem os segredos do mar e dos portos ainda têm muito a desvendar. E esta é só uma amostra do que há para ser visto por lá. É que, mesmo numa cidade em que o sol tem vergonha de aparecer todos os dias, as esplanadas e os passeios marcam pontos entre uma população descontraída. Sobretudo entre os numerosos estudantes que a tornam mais colorida e vibrante que o normal. E enchem os cafés e danceterias todas as noites. Afinal, não é à toa que Roterdã tem o maior número de pubs por metro quadrado da Holanda. Os seus habitantes preferem gastar a hora do almoço entre um sanduíche e um café, mas não abrem de dois dedos de prosa, ao final da tarde, com uma generosa cerveja e a companhia dos amigos.

 

Nos arredores-E se a pacatez da cidade alguma vez for maçante, nada como seguir a recomendação de alguns holandeses mais cosmopolitas para quem “o melhor de Roterdã é ficar só a uma hora de Amsterdã…” Quem andar fugido das multidões apressadas da capital e das “coffe shops” apinhadas, decerto apreciará o ambiente mais recatado da segunda maior cidade holandesa. Mesmo as lojas onde se podem comprar drogas leves afastaram-se do centro, sendo mais fácil encontrá-las nos bairros periféricos, onde o ambiente é bem mais sombrio e as diferentes nacionalidades dos residentes marcam as cores e os cheiros das ruas. Mas, seja onde for, o cenário repete-se em pequenos detalhes, como as pachorrentas bicicletas que se multiplicam pelas estradas, a paisagem eternamente plana, as pessoas apinhadas nos bancos de jardim como lagartos apaziguados pelo calor sempre que o sol lhes sorri por instantes. Discretos prazeres de uma cidade que vive no ritmo do seu rio. Serena, mas sempre em movimento Guia Hotéis Uma visita ao centenário Hotel New York, na zona ribeirinha de Wilhelminapier, é obrigatória, nem que seja só para se embebedar de memórias e do ambiente romântico de final de século. Se preferir um lugar mais central, a escolha é variada, mas os preços rondam o topo.

 

A começar pelo Hilton, na rua Weena, perto da estação de trens. Logo em frente, o Grand Hotel Central é um quatro estrelas mais pitoresco que oferece acomodações quase pela metade do preço, muito embora as reduções também cheguem ao serviço. Mas o ambiente mais jovem e descontraído pode compensar. Para um alojamento mais histórico, nada como procurar o Ocen Paradise, um hotel flutuante de inspiração chinesa, em Parkhaven, junto ao gigante Euromast. Restaurantes Se está habituado a jantar tarde, prepare-se para mudar o ritmo. Os holandeses não são grandes apreciadores de ceias, e encontrar um restaurante com cozinha funcionando depois da dez da noite é quase um milagre. Justiça seja feita a Porto Bello, no número 28 da rua Kruiskade, que além de se estender até às duas e meia da manhã com pratos de inspiração francesa e italiana, recria o ambiente de uma tradicional taverna holandesa. Restaurantes estrangeiros, sobretudo indonésios, gregos, chineses e argentinos, são muitos. O difícil é escolher, mas no centro da cidade o que não falta são opções. Para estômagos mais requintados, nada como tentar o Magido Café Restaurant, no número 185 da Spui, em Hague – que além de colecionar prêmios, reúne especialidades do mundo inteiro – ou o T’Kokkeltje, em Scheveningen, especialista em pratos de peixe. Aliás, é junto à zona portuária de Oude Haven que se encontram as especialidades do mar em ambientes mais refinados e bucólicos. Vá a Roterdã!

                                                                                                         Celso Mathias

Um pouco de Champanhe

Armazenadas nestas catacumbas de luxo, repousam milhares de garrafas do precioso líquido dourado, tesouro de cultura francesa. Inicialmente, estas galerias subterrâneas da época galo- romana forma escavadas para que delas se extraíssem materiais de construção para a atual cidade de Reims. E em Reims apercebemo-nos da real importância do champanhe. Por todo lado vêm-se postais ilustrados das caves, catálogos, panfletos e uma quantidade indescritível de “souvernis”.

Tudo porque se encontram aqui sediadas algumas das mais importantes casas produtoras: Veuve Cliquot, Ruinart, Laurent-Perrier e Taittinger. Todas elas visitáveis, incluindo as caves, claro.

É a casa Moet & Chandon que domina o mercado internacional, mas outras marcas avançam, seguras do seu passado ou da sua superior qualidade. A Veuve Cliquot, por exemplo, orgulha-se de ter descoberto a solução para eliminar os depósitos residuais nas garrafas.

A Mercier, em primeiro lugar na lista de vendas na França – é parte integrante do grupo Louis Vuiton-Moet Hennessy – dispõe de um comboio turístico que circula pelos túneis das suas caves. A Ruinart, fundada em 1729, é a casa mais antiga, e a Taittinger orgulha-se de ainda ser uma empresa familiar.

 

Quem percorre a terra pode deixar-se encantar pelos campos verdes e amarelos, de milho, trigo e girassol. Mas, no mundo subterrâneo, o que impressiona são os números. Quilômetros são 160 e, destes, 108 pertencem apenas a cinco grandes empresas: Moet & Chandon, Veuve Clicquot, Mumm, Mercier e Pommery. A temperatura nestas “caixas-fortes” subterrâneas oscila entre os 10 e 12 graus centígrados.

Voltando À superfície, a famosa “Route Touristique du Champagne” é uma estrada que percorre 141 povoações. Reúne à volta das vinhas 265 empresas produtoras de champanhe, 38 cooperativas e quase 4.700 vinhateiros, dos quais 2.124 elaboram os seus próprios champanhes. Produzi-lo é uma honra, um privilégio e um orgulho. Nunca uma vaidade.

La cave à Champagne

 

 

A região de Champagne soube desenvolver uma cozinha original, onde, além de bebido, o champanhe é também utilizado na confecção dos pratos. Utilizado em molhos, que acompanham de forma excelente solhas e linguados, serve de base à produção de vinagres e mostardas, que contribuem para realçar o sabor da comida. O “La Cave à Champagne”, situado na simpática vila de Epernay, é exatamente o lugar onde se pode apreciar esta gama de sabores. 16, Rue Gambertta, Epernay.

 

 

 

Au Bateau Lavoir

Este restaurante de quatro estrelas ocupa um lugar privilegiado à beira rio Marne. Rodeado de vegetação frondosa, pode dedicar-se à descoberta da comida regional. Exemplos disso são as morcelas brancas, o presunto das Ardenas, as batatas salteadas em cebola, ou guisado de javali. Não esquecer os inúmeros queijos, não necessariamente acompanhados do famoso champanhe, mas sim de vinhos menos conhecidos, como um “Cumiéres” ou um “Vertus”. 3, Rue du Port au Bois, Damery.

 

La Taverne de Maitre Kanter

Neste excelente restaurante, situado no coração da cidade de Reims, pode-se provar uma comida saborosa e diversificada. Considerado um dos melhores restaurantes da região, faz parte de uma cadeia com o mesmo nome, onde o serviço é eficiente e agradável. Uma possibilidade parta as estações amenas é almoçar ou jantar na esplanada. 25, Place Drout d’ Erlon, Reims.

La Taverne de I’Ours

 

 

 

Um dos mais característicos restaurantes da região, situado dentro de uma das casas de madeira que caracterizam a cidade de troyes. Especialmente indicados para gulosos, pelos biscoitos rosas de Reims acompanhados de champanhe, ou pelas charllotes de framboesas que servem de pretexto para provar a aguardente de ameixa 2, Rue Champeaux, Troyes.

 

 

 

Vinhos e champanhes

É indispensável visitar Champagne e não comprar uma boa meia dúzia de garrafas de champanhe ou de outros excelentes vinhos. Alem dos consagrados Veuve Clicquot, Dom Perignon, Moet & Chandon ou Taittinger, você pode sempre escolher vinhos como o Rose dês Riceys, ou os brancos exclusivamente da Casta Chadornnay, ou, não menos deliciosos, os tintos da casta Pinot Noir. Variam muito os lugares onde você pode fazer estas compras, no entanto deixamos alguns contatos de produtores.

Glossário do champanhe

“Assemblage”: o segredo da arte champanhesa. Um casamento delicado de vinhos primários, oriundos de diferentes variedades de uvas e vários “vintages”. Chama-se “cuvée” esta composição que é anualmente renovada. O caráter próprio de cada vinho é definido pelas proporções dos vinhos primários e do tempo de envelhecimento nas caves.

“Ataque”: primeira impressão que o vinho provoca na boca.

“Blanc de Blanc”: champanhe vinificado a partir de uvas Chadornnay.

“Blanc de Noirs”: champanhe vinificado a partir de uvas pretas, de tipo “Pinot Noir” ou “Pinot Meunier”.

“Cordon”: fio de espuma que contorna o interior do copo à superfície de líquido.

”Dosage”: porção de licor que se acrescenta ao champanhe. A quantidade de licor determina o tipo de champanhe: “Brut”, “ Extra-brut”, “Sec” e “Demi-sec”.

“Millesimé”: vinho elaborado a partir de uvas da colheita de um ano especifico. O “Millesimé” é um ano que a qualidades das uvas é superior. 

Por Celso Mathias

 

Caderno de viagem

 

Estamos numa tarde de domingo. Vamos atravessar a Broadway e seguir em direção à 57, a mais rica e charmosa das ruas da ilha. Nosso destino, o Russian Tea Room. Um tempo em que a marca dessa cidade ainda era o World Trade Center, que a Rua 42 ainda não tinha sofrido os efeitos da “Tolerância Zero” de Rudolf Giuliani, que o Russian Tea Room ainda não tinha sido reformado, que o “pretheatre” dos atores da Broadway era feito no Rosa’s Place onde, ela mesma, a Rosa recebia a todos com seu sorriso mineiro. Continue lendo “Caderno de viagem”