Que Ricco é esse?

finaliza

 

“Em Euclides da Cunha, porém, o Pub Rico distorceu completamente o sentido desse tipo de bar. Num Pub legítimo, o ambiente é fechado e a música permite que as pessoas conversem, o Ricco entretanto, tem colocado para tocar, bandas cujo gosto, prefiro não comentar, pois, na altura e horário que às vezes, se estende entre de 18:00hs e 02:00h, até uma orquestra sinfônica incomodaria. ”

 

 

 

A Rua Otávio Mangabeira, em Euclides da Cunha, entre os anos 50 e 80, foi o objeto do desejo de dez entre dez famílias que atingiam um certo padrão social e/ou financeiro. Por esse mal projetado e imenso quarteirão de mais de 100m, que tem apenas um acesso intermediário, pela rua Benjamim Constant, passaram as mais importantes personagens da cidade, na segunda metade do Século XX. Daí o apelido de Rua do Rico. Mas não era exatamente a riqueza material que fazia a rua importante. Era o ativismo dos seus ilustres moradores. Além da sede da Prefeitura e da Câmara de Vereadores (e que vereadores!), era o lar de professores, políticos, comerciantes, juízes, promotores e médicos. A fina flor da sociedade local.

 

 

Em um dos seus endereços, morava uma figura folclórica; D. Pombinha, viúva do Sr. Silva Lima. A frente da casa era coberta de  arbustos dando ares de mistério, onde ela habitava com seus cães e segundo a lenda, no quintal, “criava urubus”. Toda tarde, vestida de Negro, D. Pombinha ia até o Cemitério de São José, onde diante do túmulo do falecido, dirigia-lhe inúmeros impropérios, pois descobrira que o finado, não teria sido exatamente, um marido fiel.

 

 

 

 

 

A cidade de Euclides da Cunha, infelizmente, não tem memória. Em respeito aos que ali viveram e tanta contribuição deram, à terra, além dos que ainda continuam vivendo lá, muitos deles, nonagenários, como Paulo Marques, Prof.ª Luti, D. Pequena de Nezinho Vitor, Prof.ª Antonietinha, ou mesmo D. Eurides, essa uma octogenária, esse trecho histórico da cidade, merece um cuidado maior das autoridades. O belo casario, quase todo ele construído a partir de plantas do saudoso Prof. Teófilo Paiva Guimarães, vai aos poucos se transformando em pontos comerciais sem qualquer critério, a iluminação é ruim e, por ser a única das principais ruas da cidade que não receberam asfalto, o calçamento em paralelepípedos, deveria receber melhor conservação.

 

Pois, na casa onde viveu D. Pombinha, funciona há alguns meses o Pub Ricco. Pub, é uma abreviação do inglês public house, cujo significado é casa pública, e designa um tipo de bar muito popular no Reino Unido, República da Irlanda e outros países de influência britânica, onde são servidas bebidas (principalmente alcoólicas) e comida ligeira. Distingue-se de outros bares por manter o estilo medieval com pouca iluminação, o que o transforma num ambiente muito acolhedor. É o local ideal para beber uma cerveja após o trabalho ou ponto de encontro de amigos para conversar. Em alguns pubs é possível ouvir música ao vivo, assistir a jogos de futebol ou jogar sinuca, por exemplo.

 

 

Em Euclides da Cunha, porém, o Pub Rico distorceu completamente o sentido desse tipo de bar. Num Pub legítimo, o ambiente é fechado e a música permite que as pessoas conversem, o Ricco entretanto, tem colocado para tocar, bandas cujo gosto, prefiro não comentar, pois, na altura e horário que às vezes, se estende entre de 18:00hs e 02:00h, até uma orquestra sinfônica incomodaria.

 

A Lei do Silêncio, não vale apenas a partir das 22 horas. Na verdade, mesmo durante o dia, os ruídos que ultrapassam um determinado número de decibéis (que pode variar de município para município) já podem estar sujeitos a penalidades.

 

Mesmo se o seu comércio só fica aberto no período diurno, também deve ficar atento ao nível de ruído, à localização do seu estabelecimento, dando preferência a locais que estejam fora dos bairros estritamente residenciais ou com casas próximas) e também à acústica do espaço, que sempre deve conter itens para a vedação sonora (como paredes e janelas com materiais especiais). Ora, o Ricco é um espaço aberto e funciona junto com um posto de lavagem de automóveis. Para os vizinhos, é como se uma banda estivesse tocando no meio da rua. A proposta de animar um lugar tão desprovido de diversão e movimento, é muito interessante, mas não incomodando a vizinhança como vem acontecendo desde da sua abertura.

 

 

 

Nos links da página, você vai encontrar áudios captados a cerca de 50 metros do local. Na última sexta-feira dia 02/09, por exemplo, além do som em volume absurdo, por volta de 03:00hs, houve mais uma briga, com muitos gritos e ameaça de faca, além de acidentes de carro que já aconteceram na madrugada.

 

O Ministério Público, sempre atento, precisa avaliar o caso e o ilustre prefeito Luciano Pinheiro, um dos frequentadores do local, precisa repensar ao alvará de funcionamento da casa que tanto incomodo representa para aqueles que têm direito ao sossego!

 

                                                                                                                     Celso Mathias

 

 

Participe da discussão

1 comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mantenha-se informado