A cidade morreu

Avenida Ruy Barbosa, a principal da cidade às 15;35h de hoje, segunda-feira, dia 01/11/2021; um deserto

Euclides da Cunha é uma cidade incrustada no sertão da Bahia, a 311Km de Salvador, fundada em 11 de junho de 1898 (123 anos) e emancipada em 19 de setembro de 1933 (88 anos). Nesse período, a cidade teve três administrações marcantes: no Século XX, José Camerino de Abreu e Joaquim da Silva Dantas. No século XXI, Fátima Nunes.

José Camerino, na sua primeira administração, entre 1933 e 1935, provavelmente por influência do padre Renato ou padre Pimenta, traçou o novo mapa urbano da sede, acrescentando à Rua de Cima (hoje Joaquim Lima) à Praça do Barracão (hoje Duque de Caxias e à Rua da Igreja (hoje Praça de Bandeira), as avenidas Oliveira Brito e Almerindo Rehem, além da Rua Otávio Mangabeira, (Rua do Rico). Essas vias como na Idade Média, receberam um beco paralelo, utilizado para entrada dos serviçais, manutenção e retirada de dejetos e lixo. Esse traçado recebeu no centro, os postes para transmissão de energia gerada por motor a Diesel situado em uma extensão da “Praça do Barracão”, chamada Rua da Usina, hoje, Major Antonino.

Joaquim Silva Dantas, assumiu a Prefeitura no período entre 1967 e 1971. Construiu a Praça Duque de Caxias com sua bucólica fonte luminosa, abriu ruas construiu escolas e deu o primeiro grande passo para a modernização da cidade, além de ter sido um administrador duro que utilizou na sua administração, os critérios adquiridos como Auditor Fiscal do Estado, sua profissão original.

 

De 2009 a 2016, o município foi conduzido por Fátima Nunes Soares, que com o apoio do marido, ex-prefeito 

e deputado federal José Nunes, fez a primeira grande revolução na administração do município. Calçou e urbanizou dezenas de povoados, construiu, ampliou e reformou escolas, modificou completamente o perfil urbano da sede, com a construção de diversas praças, asfaltamento de quase todo o centro da cidade, retirou barracas que enfeavam as avenidas, concluiu a obra e fez a cobertura da área externa do Centro de Abastecimento Joaquim Matias de Almeida. Na saúde, construiu do zero, uma grande estrutura com inúmeros imóveis que abrigam dezenas de unidades de saúde. Foi, até agora, a prefeita do Século!

 

Euclides da Cunha, após praticamente dois anos de pandemia, administrados pelos critérios do petista Rui Costa, aliado de primeira hora do prefeito local, lembra muito a cidade nos piores momento de Século XX. A cidade morreu. Isso mesmo! Considerada polo de negócios e dona de um forte comércio, tendo nas suas vias principais, valores de alugueis que ultrapassam os cobrados em grandes centros urbanos, o que se vê hoje, é uma cidade fantasma.

Avenida Ruy Barbosa, a principal da cidade às 15;35h de hoje, segunda-feira, dia 01/11/2021; um deserto

Apesar de não ser um desprivilegio de Euclides da Cunha, alguns agravantes contribuíram para essa situação. O alinhamento da administração municipal com a estadual, cujos objetivos todos conhecem e, especialmente, a retirada de uma grande força do comércio varejista local, que são os 10 mil alunos, mais professores, motoristas, acompanhantes e demais figuras do setor que somam algo como cerca de 12 mil pessoas fora de circulação.

Some-se a isso, a absoluta falta de atuação dos órgãos que representam os interesses do comércio local. Na Avenida Rui Barbosa, de onde foram retiradas com muito sacrifício dezenas de barracas, elas estão voltando a ocupar espaço e, onde nos bons tempos um imóvel comercial não ficava sem inquilino, uma semana sequer, hoje, 09 pontos comerciais estão fechados.

 

Inúmeras lojas fechadas na principal avenida

Para contribuir com essa triste realidade, a administração municipal se dá ao luxo de pagar os salários dos mais de mil funcionários públicos municipais na sexta-feira vésperas de um feriado na terça-feira e estabelecer ponto facultativo na segunda-feira, retirando do movimento comercial, a grande massa do maior empregador da região.

Enquanto isso os 15 vereadores, entre eles, o que fez mais de uma dezena de queixas contra o atual prefeito, no Ministério Público Federal, em Paulo Afonso, aprovaram por unanimidade, um empréstimo de R$15 milhões para obras. Pelo menos em relação ao denunciante, ficou complicado, sustentar as denúncias que fez.

Sem qualquer critério ou fiscalização, as calçadas estão sendo invadidas pondo em risco a segurança do pedestre

A pandemia está sob controle, o comercio local quebrado, os líderes da categoria não defendem os interesses dela, a cidade paralisada, sem estímulos para retomar a normalidade, sequer se fala no retorno às aulas e muito menos sobre como estão sendo administrados os milhões destinados ao transporte escolar, manutenção das escolas e merenda escolar.

Esquina da Avenida Ruy Barbosa com a Avenida Almerindo Rehem. Será que dias piores virão?

Aguardem para breve, a privatização quase total da saúde do Município, defendendo interesses, sabem de quem?

                                                        Por Celso Mathias

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1 comentário

  1. Uma vergonha o que acontece em Euclides da Cunha. A cidade regrediu mais de dez anos nesse tempo, o que Fatima e os outros prefeitos fizeram, o atual prefeito destruiu. Ano passado, nessa mesma época, a cidade estava toda enfeitada de natal, como forma de enganar os eleitores q adoram uma maquiagem. Esse ano, a cidade está destruída, n tem eleição, nem enfeite de Natal ele fez, quem dirá, as promessas mentirosas que fez. Engana bobo.

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