Um pouco de Champanhe

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Armazenadas nestas catacumbas de luxo, repousam milhares de garrafas do precioso líquido dourado, tesouro de cultura francesa. Inicialmente, estas galerias subterrâneas da época galo- romana forma escavadas para que delas se extraíssem materiais de construção para a atual cidade de Reims. E em Reims apercebemo-nos da real importância do champanhe. Por todo lado vêm-se postais ilustrados das caves, catálogos, panfletos e uma quantidade indescritível de “souvernis”.

Tudo porque se encontram aqui sediadas algumas das mais importantes casas produtoras: Veuve Cliquot, Ruinart, Laurent-Perrier e Taittinger. Todas elas visitáveis, incluindo as caves, claro.

É a casa Moet & Chandon que domina o mercado internacional, mas outras marcas avançam, seguras do seu passado ou da sua superior qualidade. A Veuve Cliquot, por exemplo, orgulha-se de ter descoberto a solução para eliminar os depósitos residuais nas garrafas.

A Mercier, em primeiro lugar na lista de vendas na França – é parte integrante do grupo Louis Vuiton-Moet Hennessy – dispõe de um comboio turístico que circula pelos túneis das suas caves. A Ruinart, fundada em 1729, é a casa mais antiga, e a Taittinger orgulha-se de ainda ser uma empresa familiar.

 

Quem percorre a terra pode deixar-se encantar pelos campos verdes e amarelos, de milho, trigo e girassol. Mas, no mundo subterrâneo, o que impressiona são os números. Quilômetros são 160 e, destes, 108 pertencem apenas a cinco grandes empresas: Moet & Chandon, Veuve Clicquot, Mumm, Mercier e Pommery. A temperatura nestas “caixas-fortes” subterrâneas oscila entre os 10 e 12 graus centígrados.

Voltando À superfície, a famosa “Route Touristique du Champagne” é uma estrada que percorre 141 povoações. Reúne à volta das vinhas 265 empresas produtoras de champanhe, 38 cooperativas e quase 4.700 vinhateiros, dos quais 2.124 elaboram os seus próprios champanhes. Produzi-lo é uma honra, um privilégio e um orgulho. Nunca uma vaidade.

La cave à Champagne

 

 

A região de Champagne soube desenvolver uma cozinha original, onde, além de bebido, o champanhe é também utilizado na confecção dos pratos. Utilizado em molhos, que acompanham de forma excelente solhas e linguados, serve de base à produção de vinagres e mostardas, que contribuem para realçar o sabor da comida. O “La Cave à Champagne”, situado na simpática vila de Epernay, é exatamente o lugar onde se pode apreciar esta gama de sabores. 16, Rue Gambertta, Epernay.

 

 

 

Au Bateau Lavoir

Este restaurante de quatro estrelas ocupa um lugar privilegiado à beira rio Marne. Rodeado de vegetação frondosa, pode dedicar-se à descoberta da comida regional. Exemplos disso são as morcelas brancas, o presunto das Ardenas, as batatas salteadas em cebola, ou guisado de javali. Não esquecer os inúmeros queijos, não necessariamente acompanhados do famoso champanhe, mas sim de vinhos menos conhecidos, como um “Cumiéres” ou um “Vertus”. 3, Rue du Port au Bois, Damery.

 

La Taverne de Maitre Kanter

Neste excelente restaurante, situado no coração da cidade de Reims, pode-se provar uma comida saborosa e diversificada. Considerado um dos melhores restaurantes da região, faz parte de uma cadeia com o mesmo nome, onde o serviço é eficiente e agradável. Uma possibilidade parta as estações amenas é almoçar ou jantar na esplanada. 25, Place Drout d’ Erlon, Reims.

La Taverne de I’Ours

 

 

 

Um dos mais característicos restaurantes da região, situado dentro de uma das casas de madeira que caracterizam a cidade de troyes. Especialmente indicados para gulosos, pelos biscoitos rosas de Reims acompanhados de champanhe, ou pelas charllotes de framboesas que servem de pretexto para provar a aguardente de ameixa 2, Rue Champeaux, Troyes.

 

 

 

Vinhos e champanhes

É indispensável visitar Champagne e não comprar uma boa meia dúzia de garrafas de champanhe ou de outros excelentes vinhos. Alem dos consagrados Veuve Clicquot, Dom Perignon, Moet & Chandon ou Taittinger, você pode sempre escolher vinhos como o Rose dês Riceys, ou os brancos exclusivamente da Casta Chadornnay, ou, não menos deliciosos, os tintos da casta Pinot Noir. Variam muito os lugares onde você pode fazer estas compras, no entanto deixamos alguns contatos de produtores.

Glossário do champanhe

“Assemblage”: o segredo da arte champanhesa. Um casamento delicado de vinhos primários, oriundos de diferentes variedades de uvas e vários “vintages”. Chama-se “cuvée” esta composição que é anualmente renovada. O caráter próprio de cada vinho é definido pelas proporções dos vinhos primários e do tempo de envelhecimento nas caves.

“Ataque”: primeira impressão que o vinho provoca na boca.

“Blanc de Blanc”: champanhe vinificado a partir de uvas Chadornnay.

“Blanc de Noirs”: champanhe vinificado a partir de uvas pretas, de tipo “Pinot Noir” ou “Pinot Meunier”.

“Cordon”: fio de espuma que contorna o interior do copo à superfície de líquido.

”Dosage”: porção de licor que se acrescenta ao champanhe. A quantidade de licor determina o tipo de champanhe: “Brut”, “ Extra-brut”, “Sec” e “Demi-sec”.

“Millesimé”: vinho elaborado a partir de uvas da colheita de um ano especifico. O “Millesimé” é um ano que a qualidades das uvas é superior. 

Por Celso Mathias

 

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